quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dependência de jogos eletrônicos tem sintomas idênticos ao vício de drogas

Síndrome de abstinência, angústia, ansiedade. Os sintomas, na maioria das vezes associados às drogas, são exatamente os mesmos apresentados por quem é viciado em videogames, ou “vício-games”, como alguns jovens já apelidaram na internet.

“Alguns jovens viciados em videogames chegam a roubar dinheiro dos pais para ir em uma lan house, igual ao que fazem alguns dependentes químicos para comprar drogas”, ressalta o psiquiatra da infância e adolescência Fábio Barbirato, chefe do Setor Infantil da Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia. O local vai começar a atender adolescentes viciados em games a partir de março.

“A compulsão dos jovens por jogos eletrônicos é muito parecida com a compulsão por drogas ou álcool, ou com a compulsão dos adultos por pôquer ou apostas no jóquei, ou dos idosos por bingos”, compara Barbirato.

De acordo com o médico, o maior problema no caso de jovens viciados em jogos eletrônicos é a dificuldade dos pais em identificar e lidar com o problema. “É uma coisa muito nova e as famílias não conseguem perceber com facilidade. Falta um referencial. Como os pais vão dar limites e o exemplo aos filhos se eles não foram criados com computadores e videogames?”, questiona Barbirato.

Segundo ele, muitos pais deixam os filhos entretidos nas máquinas para terem um momento de folga, de alívio.

Jovens já ficaram mais de 24h jogando
Um estudo da Academia de Pediatria dos Estados Unidos recomenda que os jovens não fiquem mais de duas horas por dia utilizando computadores ou videogames para fins recreativos. Entretanto, Barbirato cita casos em que adolescentes e crianças ficaram quase 24 horas jogando, ou passaram as férias inteiras na casa de praia sem sair da frente do monitor.

“Em casos diagnosticados de compulsão, a criança diminui a tolerância em ficar distante dos jogos eletrônicos. Ela quer jogar cada vez mais”, explica o médico.

Nesses casos, a criança pode ficar sedentária e desenvolver doenças como diabetes e obesidade, além de ser comum o afastamento dos amigos e dos estudos.

Para o psiquiatra a atuação dos pais é fundamental, pois “eles têm um papel limitador no uso do computador e do videogame pelos filhos”. E para ajudar pais e filhos a tratar da compulsão em jogos eletrônicos, a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro abriu 50 vagas para jovens de 12 a 16 anos.
retirado de http://www.readpsiquiatria.com.br/index.phd?dependencia-de-jogos-eletronicos

Nenhum comentário:

Postar um comentário